domingo, 8 de janeiro de 2012

Parar

- Tu falas como se fosse possível decidir parar de gostar de alguém.
- Mas é possível.
- Claro que não. Essas coisas a gente não escolhe.
- Escolhe sim. Essas coisas são como parar de fumar. É tão fácil que tem gente que pára de fumar 2 ou 3 vezes por semana.
- Ai, chato. É sério, essas coisas a gente não escolhe. Não dá pra mandar.
- Dá sim.
- Tu já tentaste parar de gostar de alguém? Aposto que tu não conseguirias.
- Eu consigo.
- Já tentou?
- Já. Faço isso sempre.
- Sempre com que frequência?
- Sempre que eu te vejo.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Depois de ler Erico

Estava há pouco encostado na minha poltrona, terminando de ler "Incidente em Antares", do Erico Verissimo. Uma das últimas cenas descreve uma batalha corpo-a-corpo entre populares e polícia.

Instantaneamente enxerguei a cena: pessoas trocando agressões. E quando eu digo que enxerguei a cena, não é nenhum exagero: vi crânios partindo-se por um chute ou uma porretada. E fiquei pensando: por que o corpo humano é tão vulnerável ao impacto de um chute ou de uma porretada? Não deveria ser feito para suportar mais?

Resposta: não. O crânio não deveria ser mais grosso, nem deveria ser composto de um material mais resistente, capaz de aguentar o impacto de uma agressão. Basicamente porque o corpo humano sequer foi feito para agredir outro corpo humano.

Enxerguei nisso uma comprovação das minhas crenças. Fiquei satisfeito.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Baboseiras sobre a tragédia carioca

Quando eu era piá, morria de medo de um cara chamado Osama Bin Laden. Sentia algo próximo do pânico a cada vez que pensava na possibilidade de estar em um hospital que, repentinamente, explodisse por causa de uma ação terrorista. Eu detestava a ideia de estar à mercê de alguém que simplesmente aterrorizava as pessoas, sem motivo algum. Era essa a definição que eu tinha de "terrorista", ocupação de Osama Bin Laden.

Somente algum tempo depois que eu soube que os "terroristas" tinham uma motivação política ou religiosa (o que não diminui suas imbecilidades). Hoje o medo, o quase pânico de uma ação terrorista já não existem mais. Deram lugar à tristeza de pensar que não existe lugar tranquilo o suficiente para estar longe do alcance de um psicopata.

A tragédia ocorrida na escola Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro, foi das mais chocantes já vistas no país. E choca ainda mais se formos inocentes o suficiente para pensarmos que isso é coisa de Estados Unidos. Ledo engano de quem não lembra de Mateus da Costa Meira, estudante de medicina que invadiu um cinema em São Paulo e atirou a esmo na plateia, matando três pessoas.

Preocupação quanto à própria segurança é uma ideia que sequer passa pela nossa cabeça quando estamos em um cinema ou numa escola. Vamos à escola (em tese, diga-se de passagem) para aprendermos, para sermos educados. Vamos ao cinema para relaxar, namorar, desestressar, esquecer dos problemas - muitas vezes adquiridos na própria escola. E se perguntarmos "o que é mais grave: o atentado no cinema ou na escola?", ficaremos sem resposta, tamanha é a estupidez de quem comete o atentado.

E até que ponto esses atentados são uma questão de segurança? Digo isto porque é errôneo pensar "caramba, nem no cinema temos tranquilidade" ou "meus filhos não estão seguros na escola". Não dá para exigir uma viatura da polícia em cada sala de cinema ou no pátio de cada escola. No momento que isso for exigido, a humanidade estará definitivamente perdida. A liberdade será um artigo extinto. Não se irá até a padaria da esquina sem que se desconfie da própria sombra, e aí estaremos completamente sem conserto.

A crueldade do psicopata, nesses casos, é o último ato de uma peça triste. Para chegar lá, uma arma foi parar nas mãos de um psicopata. Wellington Menezes de Oliveira, dizem, portava equipamentos que facilitavam o recarregamento das duas armas que tinha em mãos, e operava tudo com destreza. E bastam algumas perguntas para denunciar a falha clamorosa na segurança: como um sujeito desses soube manejar tão bem o equipamento? Como conseguiu as armas? Como alguém é capaz de armar e treinar alguém sem desconfiar que esse alguém é capaz de cometer uma loucura?

Como se não bastasse o ato em si, a imprensa impõe sua inexplicável mania de explorar a dor. Bota a câmera na frente de crianças sobreviventes, pais e testemnunhas a explicar, aos prantos, tudo o que ocorreu e o que sentem. Acabou? Que nada. Buscam uma explicação, resolvem estudar o psicopata. Wellington é filho adotivo, sua mãe biológica era esquizofrênica. Se isso explica, então que parem todos os processos de adoção ao redor do mundo. Que se comece inclusive uma campanha contra a adoção. Que se esterilizem pessoas que demonstrem algo de esquizofrênico.

Wellington não é mais caso para psiquiatras. É caso, se muito, para médiuns. Já está morto. E que se prepare: o problema dele está apenas começando.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Mais um sonho

Esse eu sonhei em 17 de julho de 2010 (e, a partir do próximo parágrafo, é um relato escrito naquela data), quando passei um fim de semana em Porto Alegre, para fazer um concurso. Hoje, enquanto eu escrevo isto, sinto estranheza por lembrar tão pouco deste relato.

Era manhã e eu vagava por Porto Alegre. Não sei se esperando o concurso começar ou se eu já havia terminado a prova. Sei que eu estava acompanhado do Lobinho e de mais alguém. Eu lhe contei que escrevia, e já estava subentendido que era para o Amigos de Pelotas. Ele, em troca, confidenciou-me que também escrevia. Quando demonstrei desconhecer isso, ele demonstrou surpresa e até uma ponta de descontentamento. Lembro dele ter comentado algo como "quer dizer que eles não me publicam?".

A seguir, em minha casa, ele sentou-se no computador, a fim de me mostrar que era verdade, ele escrevia. Nisso tudo eu estava esperando a minha família - inteira, pai incluso - para sairmos. Minha irmã relembrava seus tempos de adolescente solteira e contava de seus planos para sair com a Ieda naquela noite.

Só sei que apenas eu esperava, enquanto os outros demoravam. Subi as escadas perguntando qual a causa da demora, e vejo meu pai trajando apenas um calção de futebol, branco com uma estreita faixa preta na perna esquerda. Não lembro de que time era. Quando vi isso, percebi que demoraríamos de verdade. Meu pai se recolheu para o meu quarto, onde observou o computador por alguns instantes, como se fosse um bicho estranho. Passado esse instante, ele resolveu se arriscar: sentou-se na cadeira, cruzou a perna direita sobre a esquerda e passou a mexer no computador, querendo desvendar os mistérios eletrônicos dele. O ciúme que tenho da máquina, logicamente, se manifestou. Mas ao ver meu pai ali, sentado, interessado em descobrir e explorar algo tão estranho para ele, rapidamente fez com que esse ciúme se dissipasse.

Então desci, onde o Lobinho, no navegador da internet, pelo computador que havia no andar de baixo, acabou abrindo o Amigos de Pelotas, com uma pontada de vontade de figurar ali, entre os colaboradores do site.

Então eu acordei.

terça-feira, 22 de março de 2011

Outro sonho - e lembrando de um sonho

Talvez seja perceptível através deste blog: eu gosto muito de relatar os sonhos que tenho durante o sono. Não sei bem o motivo pelo qual adquiri este gosto; sempre fui péssimo para rememorar as viagens que faço quando durmo. Talvez seja um exercício para minha combalida memória. Hoje consigo relembrar meus sonhos, mas ainda não sou muito bom com isso - como se perceberá neste post, pela quantidade de termos parecidos com "não me lembro bem".

Esta noite sonhei que ia para o Cassino, passar uma virada de ano. Logo que cheguei em casa, ao descarregar as coisas do carro, tratei de colocar o Theo (coitado) de castigo, porque ele havia mexido no freio de mão do carro, o que fez com que este se chocasse em outro carro. Não houve nenhum dano - os carros saíram intactos! -, mas eu tratei de castigar meu sobrinho amado...

Enfim, enquanto continuava a descarregar o carro, assistia na TV uma apresentação natalina (será que nos moldes do Especial Roberto Carlos) de Klaus Meine, vocalista da banda alemã Scorpions. Não me lembro bem, mas acho que ele cantava Wind of Change. Mas lembro bem (na verdade mais ou menos bem) dos comentários que minha irmã e minha mãe faziam:

- Nossa, esse cara canta demais.
- É verdade, a voz dele é linda.

E eu ali, ouvindo os comentários, sentindo um certo orgulho, porque elas demonstravam curtir algo que eu curto há anos - e que inclusive já vi ao vivo.

- Ele até tá concorrendo ao Grammy do SporTV como melhor vocalista! - disse a minha mãe, impressionada com o talento de Klaus Meine. Na verdade eu não dou certeza que o termo era exatamente "Grammy". Mas afirmo que o SporTV oferecia um prêmio cobiçadíssimo, que Klaus Meine estava concorrendo - o que não faz o mais ínfimo sentido, já que o SporTV é um canal de esportes e é brasileiro, e não alemão.

Enfim, por conhecer o talento dele há mais tempo, tratei de demonstrar que concorrer ao Grammy do SporTV era um feito ínfimo na carreira de Klaus Meine:

- Isso não é nada. Ele tá concorrendo ao Oscar por causa dessa música, tem noção? SporTV não é nada pra ele. - respondi. Não lembro bem se ele estava concorrendo ou se já tinha vencido o Oscar. O que continua fazendo pouquíssimo sentido.

Ao comentar isso, meu amigo Giovani (que canta pra caralho) surge ao meu lado, sei lá eu de onde, para corroborar o talento de Klaus Meine. E o Theo não apareceu mais no sonho - o que reforça o "coitado" entre parênteses lá no segundo parágrafo.

***


Por sinal, um dos sonhos mais marcantes que eu já tive tem tudo a ver com música. Não apenas pelo sonho em si, mas pelo contexto inteiro.

Explico. Certa vez, sonhei que cantava Can't Stop Lovin' You, do Van Halen. Bom, até aí, tudo bem. O sonho que relatei acima é bem mais estranho que esse.

Acontece que, até então, Can't Stop Lovin' You era uma música que nunca tinha me prendido tanto a atenção. Eu não via nada de mais nela, apenas uma música bacana e pronto. Hoje, sou fascinado por ela. E talvez continuasse achando ela apenas bacana, não fosse esse sonho.

Como disse, ela nunca tinha me prendido a atenção. Entretanto, nesse sonho eu cantava ela de uma forma impecável. No sonho, eu sabia a letra de cor e salteado: pronunciava as palavras corretamente e tudo o mais. Cantei ela do início ao fim.

Quando acordei, fiquei tão impressionado pela minha desenvoltura ao cantar a música que tratei logo de procurar a letra dela. E qual não foi a minha surpresa ao descobrir que a letra da música era exatamente aquilo que eu tinha cantado no sonho.

Como isso aconteceu, eu sinceramente não sei. Sei que, hoje em dia, essa é uma das minhas (muitas) músicas preferidas.



("A incorporação foi desativada mediante solicitação" -> Tentei colocar o vídeo sem legendas e eis a putice que eu consegui.)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

The Beatles - Something

Something in the way she moves
Attracts me like no other lover
Something in the way she woos me

I don't want to leave her now
You know I believe and how

Somewhere in her smile she knows
That I don't need no other lover
Something in her style that shows me

I don't want to leave her now
You know I believe and how

You're asking me will my love grow
I don't know, I don't know
You stick around now it may show
I don't know, I don't know

Something in the way she knows
And all I have to do is think of her

Something in the things she shows me
I don't want to leave her now
You know I believe and how


O George Harrison era foda.